Rua da Cantareira - 306 -
Rua A - Box 37 - Mercado Municipal São Paulo
Constam dos arquivos do Memorial do Imigrante, que Carlo Nastari chega no Porto de Santos em 16/01/1888 no Vapor "Nápoles", aos 24 anos de idade..
O bairro da Vila Mariana foi o local escolhido para viver, e onde se encontram até hoje muitos descendentes da Família Nastari.
Em 1887 começou a a funcionar no bairro da Vila Mariana o Matadouro Municipal, que antes funcionava no bairro da Liberdade. Deste modo, são atraídos grande número de italianos - grande parte da província de Salerno - que se instalam nas ruas Rio Grande, França Pinto, Humberto I, Joaquim Távora, Álvaro Alvim e adjacências.
A construção do matadouro é um período, considerado pelos arquitetos, como a “segunda construção de São Paulo”. Isto porque o prédio, revestido com tijolos aparentes, marca o fim das construções em taipa de pilão (parede de barro ou de cal e areia, com estacas de tábuas de madeira). Sua inauguração foi um grande acontecimento e com muita pompa, festa e discursos, como relata o Correio Paulistano, de 06 de janeiro de 1887:
“Realizou-se ontem a inauguração do novo matadouro, sito no arrabalde de Villa Mariana. Às duas da tarde, partiu da Rua Vergueiro um comboio da Companhia Carris de Ferro de Santo Amaro, conduzindo o excelentíssimo presidente da província, vereadores, representantes da imprensa, outras pessoas gradas e uma banda de música, chegando todos ao novo matadouro às três horas e um quarto...".
O memorialista Pedro Domingos Masarolo descreve, com riqueza de detalhes, a agitação que tomava conta das ruas do bairro, logo após a inauguração do matadouro: “As boiadas para o corte vinham do Ipiranga e outras da Lapa. As que vinham do Ipiranga eram descarregadas nessa estação e depois, pela Estrada do Vergueiro, Ruas Conde de Irajá e Domingos de Moraes, entravam pela Sena Madureira até as mangueiras (currais), que ficavam próximas ao Matadouro; ali, aguardando o dia do sacrifício”.
A passagem das boiadas pelo bairro eram sempre um acontecimento. Os bois, já cansados pela viagem de trem, vinham pela estrada espavoridos como uma avalancha. O povo, ao grito (“a boiada”), corria e se escondia atrás do primeiro cercado que encontrasse à frente ou entrava na primeira porta que achasse aberta.
O comércio de miúdos de boi era feito por meio de carroças apropriadas, fato que inspirou a nova identidade visual da Casa de Carnes Nastari. A maioria torna-se comerciantes de "Miúdos", e passam a ser chamados de "tripeiros", Com o aumento da capacidade de matança do Matadouro Municipal, e maior produção de miúdos, atraiu cada vez mais Imigrantes Italianos. |